Ídolos do Coração
- Fernando Corrêa Pinto Maciel
- 26 de dez. de 2022
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Por Fernando Corrêa Pinto Maciel
No Antigo Testamento vemos um alerta sobre o perigo da idolatria (Exôdo 20, 2-4; Levítico 19,4; Isaías 42,8). Alguns, atualmente, imaginam que a idolatria está somente relacionada à elaboração de imagens para adoração. Entretanto, a Palavra de Deus vai além. Ela fala dos ídolos do coração como tudo aquilo que se torna senhor da vida do indivíduo no lugar de Deus. A “feira das vaidades” anda com o coração idólatra. John Bunyan relata sobre essa “feira”. Essa metáfora de Bunyan, fala daquele lugar onde supre às necessidades de um coração idólatra. Atualmente, vemos alguns trabalhos voltados para a psicologia moderna e a psicanálise, reforçando comportamentos idólatras no ser humano. Um cristão deve se aproximar das categorias de interpretação da psicologia moderna com extremo ceticismo e sempre fazer a leitura de sua filosofia com o filtro das Escrituras. É normal que se tenha alguns pecados com nome de psicopatologia hoje e em muitos momentos os comportamentos idólatras são reforçados nas terapias. Os ídolos se apresentam como solução para os problemas retroalimentando seus sistemas de erro. Os ídolos do coração se manifestam em diversos ambientes e de diversas formas, convidado frequentemente para que o indivíduo abandone a Deus.
As terapias seculares podem, por exemplo, apresentar um conceito de autoestima para que pessoas que precisem se arrepender tenham orgulho de si mesmas e não sejam conduzidas ao Senhor. A confiança não deve estar em si mesmo, mas em Deus. Um exemplo simples neste sentido, é a glutonaria. Talvez esse seja um pecado que passa despercebido, contudo, ele continua sendo um vilão que atenta contra a santidade. Alguns usam a glutonaria para agradar, como é o caso dos pais desejam presentear, acalmar ou recompensar os filhos com comida. É um hábito que começa na infância. Muitas desordens alimentares se iniciam desta forma, desde uma irritabilidade (quando estão com fome) até uma anorexia. O evangelho de Jesus é a alternativa na hora de prover uma necessidade legítima da forma correta. Falhamos em amar as pessoas porque não aprendemos amar a Deus acima de todas as coisas. Falhamos na pureza porque não nos atentamos às orientações sobre o casamento. A “feira das vaidades” apresenta sempre uma alternativa não bíblica para substituir um ídolo por outro. O “dinheiro”, “correr atrás...”, “mente terrena”, “orgulho”, e toda uma multidão de elementos captam bem a visão bíblica de impulsos interiores, experimentados como falsas necessidades ou alvos autoevidentes. As ciências comportamentais e sociais são em si atividades que motivam o afastamento de Deus e a confiança em si. É preciso entender primeiramente que indivíduos buscam deuses, podem ser objetos, o eu, outras pessoas ou Satanás.
A “feira das vaidades” nos oferece também uma alternativa de temor aos homens no lugar de Deus. Ainda nesta “feira”, é oferecido o desejo de ser amado e ter sucesso. Neste sentido, temos essa “feira” sendo oferecidas pelas igrejas modernas e teologia da prosperidade. As pessoas acabam acreditando que sua espiritualidade vem por meio de uma vida onde o centro é o indivíduo. Cada um vive em um desejo desenfreado de ser amado e tendendo a ressignificar o amor em coisas ou pessoas. Parece até algo puro ponderar receber amor de uma criança, de um pai, ou cônjuge, mas as boas novas de Cristo é o único meio pelo qual o amor será encontrado. Ainda na busca deste falso sucesso, vemos que muitos compreendem que, somente a abundância da vida reside em um estado pleno de saúde, beleza e dinheiro em abundância. Alguns até afirmam erroneamente que uma pessoa cristã não poderia ficar doente ou pobre. Essa expectativa pode gerar problemas emocionais por ser uma expectativa irreal. Os ídolos podem ser múltiplos, muitas igrejas bíblicas têm tido problemas com pessoas que tendem ao desejo de aprovação. Neste sentido, a psicologia secular tem ajudado os indivíduos a fabricarem seus próprios ídolos. É estimulado o desejo incondicional por conforto, cada um construindo seu império de bem-estar. O pecado é criativo em criar sempre novos ídolos para o coração e nossa “vizinhança” estará sempre criando oportunidades para que se estabeleça novas oportunidades de criação de substitutos ao Deus verdadeiro.
Ao se voltar a Deus no sentido de encontrar a resolução para os dilemas da vida, encontramos a segurança necessária, mas os desafios ainda estão aí para serem vencidos. Satanás, ainda estará constantemente à procura de dominar pessoas. É necessário compreender o coração do homem e se voltar para o senhorio de Jesus Cristo em todas as áreas da vida humana. Entender que a palavra de Deus e Sua previdência dará apoio tanto para os desvios cometido pelo indivíduo, como para o sofrimento vindo de outras pessoas que, no que lhe concerne, possam ter exercido alguma ação pecaminosa contra nós. O evangelho precisa ser a única solução autêntica para os desafios do mundo, Diabo e carne.
Bibliografia
Bíblia Sagrada - Almeida Atualizada
POWLISON, David. Ídolos do Coração e Feira das Vaidades.
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